segunda-feira, 10 de novembro de 2008
What goes in Vegas stays in Vegas
Desde que se fez luz que a religião anda a encostar-nos às cordas do rigue, golpe atrás de golpe, e não há maneira de soar o gongo: Eva de castigo no canto da sala, fora do paraíso; o geriátrico Abraão de canivete no pescoço do filho; deus a antecipar-se aos americanos quando deu uma de Hiroshima em Sodoma e Gomorra; deus (além de omnipresente é incansável) com o uniforme de Judge Dread, transformando pessoas em saleiros gigantes só porque olharam para trás, ou a ser muito mais danoso para o equilíbrio ambiental do que todos os naufrágios de petroleiros juntos: 'Cá vai dilúvio'.
O antigo testamento tem a determinação castigadora de um interrogador da Stasi. Mas depois apareceu Jesus Cristo, uma espécie de protótipo para o que seriam os hippies em Lsd, os Médicos sem Fronteiras e Gandhi. Jesus contrariava essa pulsão, constante no Pai e nos escrevinhadores da biblía, de estalar o chicote com demasiada frequência. Jesus Cristo sempre deu a outra face, até que apareceu Mel Gibson e tornou o sofrimento de J.C num filme de pontapé estalo, câmara lenta de cotoveladas na boca, saltos de pontes, quedas com fracturas expostas, numa clara homenagem ao cinema belga Jean Claude Van Dame. Pelo meio, entre a love trip de J.C e o filme de guerra de Gibson, o piedoso clero quis dar uma ajuda ao festival de porrada e, como quem dá um pontapé no tipo que já está desmaiado, decidiu inventar a Inquisição. Dear Gibson, meu condutor bêbedo e defensor de missas em latim, os teus filmes são uma massagem de pés se comparados com os teatros da Inquisição. Basta olhar hoje para qualquer das máquinas usadas nessas sessões de tortura, para perceber quem é que organizava as melhores fogueiras.
Também os muçulmanos (e podemos ficar-nos pela última década) sempre gostaram de molhar a sopa, de invandir territórios, e de apredejar mulheres em nome do profeta. Os judeus, bem, os judeus têm o joker do Holocausto, e centenas de anos de perseguição (Santo Ofício não brinca em serviço). No entanto, ainda que tenham o joker, convém, por exemplo, ter mais cuidado quando entrarem nos campos de refugiados palestinianos no Líbano como se estivessem a mandar o Casal Ventoso abaixo. Com metralhadoras.
Por isso, quando ontem vi a notícia sobre um grupo de ortodoxos gregos e outro de ortodoxos arménios, que se pegaram à pancada como gordos tatuados do Leeds United, pensei que deus, numa cadeira reclinável e comendo gomas, disse para um J.C a fazer reiki e para a pomba branca que completa o ménage a trois celestial: 'Isto é melhor que Las Vegas'.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Olha, foi por acaso, mas talvez por isso, achei que não dava para seguir em frente sem deixar um alô. Portanto... Alô!!!!! :) Espero que esteja tudo nice, etc, etc, etc. Engraçado, por acaso ainda ontem estive a defender a tua honra (sabes como esta gente é invejosa!). Beijinhos e abraços. Se quiseres a tua cama de volta, sabes que é só pedir. Já foi sub-alugada e tudo mas basta dizeres que eles mudam-se pro sofá, não há stress.
Enviar um comentário