quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Counter Punch
Bruno de Almeida faz filmes. Conta histórias - como me contava quando eu lhe servia cafés num restaurante quase a cair para o Rio Hudson. Quando soube que o protagonista do meu segundo romance seria um pugilista, falou-me de boxe, de livros e filmes para a minha pesquisa e, claro, contou-me histórias. Como a de Bobby Cassidy, que se transformou num filme. O Bruno viveu 20 anos em Nova Iorque e veio para Lisboa porque a cidade se estava a tornar, segundo ele, numa versão caramelizada, disneyficada, sex&cityzada, infantilmente endinheirada daquilo que fora. Um tempo em que, a urgência estilizada de saber quais os melhores e mais caros apple martinis em Manhattan é um atributo sem o qual não se pode sobreviver.
Noutros tempos, entrei num mercado, com o Bruno, ao amanhecer, após uma festa, para que ele pudesse cozinhar uma massa puttanesca, no seu apartamento, em honra das amigas que acabáramos de conhecer. Lembro-me dessa noite porque tem uma boa história (para outro momento) e porque dancei numa rua de TriBeCa a olhar para a luz, ainda fresca, matinal, que o Empire State reflectia sobre a ilha. Tudo tão cartão postal alcoolizado, que ficou bem registado no arquivo pessoal de imagens. O Bruno fez este filme com três mil euros. Cojones, digo eu. Vão ver ao cinema rapidamente. Já não vai estar muito mais tempo nas salas.
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1 comentário:
Não se consegue abrir o link do texto do Tiago. E eu só tenho pena de ter estado em NY numa outra altura... Mas também tenho as minhas histórias com o Bruno... :) Não mete puttanesca mas mete comida vietnamita... :)
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