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Da mesma forma que o meu avô desconfia do multibanco há quem não acredite nas redes sociais. Não é apenas conservadorismo. Nos sítios de internet que compilam os twitts das celebridades, podemos encontrar a prosa descritiva do músico Tom Fletcher – “Regressei do ginásio” – ou a alegria da “tv personality” Tila Tequila – “Quem aqui é MALUCO diga euuuuu! São os meus novos melhores amigos! lol”.
De certa maneira, e apenas de certa maneira, as redes sociais são como as drogas. Tudo depende do que fazemos com elas. Beatles + drogas = Sgt Pepper. Anna Nicole Smith + drogas = suicídio. Graças ao twitter soubemos o que se passava no Irão após as eleições e, nos Estados Unidos, a Cruz Vermelha conseguiu 10 milhões de dólares para ajudar os sinistrados do Haiti.
Num artigo de capa, The Economist falava do enorme progresso dos humanos – cuidados de saúde, educação, internet etc – mas alertava que o progresso não é apenas uma lista no departamento de contabilidade: “A sociedade tem, por princípio, de ser capaz de avançar com os seus ideais, como igualdade e liberdade, ou esses ideais passam a ser a hipocrisia e o desengano”.
No facebook li, uma e outra vez, o post que pedia um minuto sem actividade nas páginas pessoais para homenagear as vítimas do Haiti – mais ou menos como acender uma velinha. Felizmente, também vi posts com números de conta para ajuda humanitária.