segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Rebeldes sem roupa


Os filósofos, os intelectuais e os escritores têm, muitas vezes, um certo desprezo pelos jovens que preferem o comando da Playstation ao cocktail molotov. No seu livro “Letters to a young contrarian”, destinado a inquietar a juventude resignada, Christopher Hitchens aconselha o combate ao status quo, mas alerta para a dificuldade da missão: “A maioria das pessoas, grande parte do tempo, prefere procurar aprovação e segurança.” Outro autor insolente e contemporâneo, Chuck Palahniuk, escreveu: “Somos os filhos do meio da História. Nenhum propósito ou lugar. Não temos uma grande guerra, uma grande depressão.”

Mas no México, país de revolucionários como Pancho Villa e Emiliano Zapata, duas irmãs mostraram-nos esta semana que os pensadores nem sempre têm razão. Chamam-se Fernanda e Isabel Calles, e são descendentes do líder revolucionário Plutarco Calles, conhecido por combater o controlo da Igreja Católica na sociedade mexicana e defender um governo secular. Fernanda e Isabel aceitaram despir-se para o número da Playboy que comemora o centenário da revolução mexicana de 1910. Num país tão católico como o México, a nudez de duas jovens universitárias, descendentes de um ex-presidente da república, terá tanto de rebeldia como o secularismo de Plutarco Calles há cem anos. Mudam-se os tempos, mudam-se os instrumentos revolucionários – a luta armada foi substituída pelo bikini waxing.

1 comentário:

Gustavo Gouveia disse...

'opah, não sabia que a politica podia ser tão interessante' ihihihi