segunda-feira, 16 de março de 2009

Estreia brevemente: As emocionantes e perigosas aventuras de Roger a Jacto


Como há muitas histórias para contar e porque já não escrevo ficção há demasiado tempo – não me apetecia, tinha mais que fazer –, quero aproveitar o blog como lugar de regresso. As histórias de Roger a Jacto servir-me-ão como campo de treinos e acrobacias literárias para o próximo romance (a escrever quando?). Roger é baseado num amigo sobre quem escrevi há uns meses, neste artigo do jornal do Lux. Tenho muitas histórias apontadas em cadernos de notas (mas onde estão todos esses cadernos depois de duas mudanças de casa em seis meses?) e na minha memória que, não sendo de enciclopedista nem campeã mundial de Trivial Pursuit, guarda coisas como: a saia que ela levava num jantar há três anos; a quem é que Maradona não passou a bola no famoso golo contra a Inglaterra, no México 86 (Valdano) ou frases de filmes ("I believe in America. America has made my fortune").

Muitas dessas histórias passaram-se com amigos ou foram relatadas por desconhecidos que nem suspeitavam que, assim que eu chegasse a casa, poria as suas palavras em cadernos de notas. Exemplo de um bloco recente: “Ela estava a guiar mas olhava mais tempo pelas janelas laterais (‘É ali o cinema Condes, não é?’) do que para a estrada. Ele pediu desculpa por terem chegado tarde ao teatro. Ela respondeu: ‘Pena é o Triângulo das Bermudas, onde todos os anos desaparecem aviões e barcos.’

Tenho muitas histórias que me apetece contar, e às quais preciso de acrescentar o meu esforço literário, isto é, preciso de inventar mais pessoas e diálogos e adereços, para pôr as personagens na corda bamba e descobrir como se comportam.

Roger a Jacto aparecerá aqui de vez em quando, personagem de ficção, cheio pormenores e episódios reais transformados em aventuras de folhetim. Ficção ou memórias? Seja qual for a proporção de cada um na mistura, será tudo verdade. Pelo menos para mim.

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